Aquele famoso problema no joelho, que sempre vemos nos jogadores de futebol, não é exclusivo em atletas profissionais, milhares de amadores passam pelo mesmo problema. O lado bom é que o tratamento e a recuperação não são coisas de outro mundo. Conheça o caso de Renato, que, em um treino de jiu-jitsu, sofreu a mesma lesão.
UCHI MATA (内股)
“Na hora que eu fui mostrar o uchi mata (assista aqui), para um faixa roxa, o rapaz apoiou o peso todo em cima de mim e puxou meu tronco para o lado, com o meu pé direito preso. Aí, o que aconteceu? O joelho rodou para dentro e eu escutei o estalo. Caí na hora e a dor foi imediata. Desde então, não consegui mais ter estabilidade no joelho. Precisava girar o quadril para descer escadas ou mudar de direção”
Renato Shiro, 45 anos – faixa preta de judô e jiu-jitsu.
O que aconteceu com o Renato é muito comum. Essas são conhecidas como lesões do ligamento cruzado anterior (LCA).
O que é o LCA?
É um ligamento que não permite que a tíbia se desloque em direção ao fêmur, ou seja: não deixa nossas pernas dobrarem no sentido oposto.
O que ocorre durante a lesão?
Em 95% dos casos, ocorre uma ruptura do LCA em suas duas bandas, sendo mais rara a ruptura de apenas uma delas. Ambas causam o mesmo desconforto.
Existe algum grupo mais vulnerável à ruptura?
Geralmente, atividades que tenham mudança brusca de direção e exijam que seja feito um pivô no joelho. No Brasil, a maior parte dos casos deve-se à prática do futebol. É muito comum em lutas, basquete, danças e crossfit.
Recebi o diagnóstico clínico! E agora? O tratamento é sempre cirúrgico?
Não. A cirurgia deve ser pensada a partir de alguns fatores; um deles é a atividade esportiva ou profissional da pessoa lesionada. No caso de Renato, que pratica artes marciais, a recuperação completa seria necessária. Ele conta:
“O ortopedista fez o exame manual e disse que eu estava com o que eles chamam de gaveta, a parte de baixo solta da de cima. Depois, me pediu uma ressonância e o resultado foi lesão total do lca. Já agendei a cirurgia”.
Agora é só aguardar?
Não! Segundo o fisioterapeuta Santiago Munhos “A fisioterapia pré operatória é importante, pois, prepara a musculatura para a cirurgia, fazendo com que ela sofra menos no pós operatório e a recuperação seja mais rápida”.
E foi o que Renato fez:
“Me preparei por um mês antes da cirurgia. Foi recomendado um fortalecimento da coxa e mais alguns exercícios.”
Fiz a cirurgia. Agora é só levar uma vida normal?
Ainda não! A reabilitação é de extrema importância.
“A cirurgia foi muito tranquila! Eu fazia fisio três vezes por semana e, em casa, também fazia o que era recomendado. A dor em dobrar a perna e fazer extensão total era muito intensa, mas na primeira semana eu já conseguia.”
Quanto tempo até voltar às atividades?
Isso vai depender do seu médico em conjunto com o fisioterapeuta.
“Agora não preciso evitar mais nada, nenhuma movimentação. Estou fazendo o último protocolo da fisio, é preciso fortalecer”.
Em alguns meses, Renato conseguiu voltar às atividades, tudo graças ao seu comprometimento na recuperação e o excelente trabalho na fisioterapia. Não deixe a situação agravar, lesões do LCA são extremamente comuns e, relativamente, fáceis de resolver. Não tire conclusões e, em caso de dúvida, pergunte a um fisioterapeuta