Muitos já precisaram passar por tratamentos e, uma hora ou outra, devem ter passado pela máquina do choquinho(tens). Por vergonha ou mesmo por achar desnecessário, acabamos não perguntando ao profissional como aquilo funciona. A pior coisa de ser adulto é a vergonha de demonstrar que não sabe de algo, um fisioterapeuta é a melhor pessoa para explicar para que aquilo serve. Se você já tomou uns choquinhos na fisio e sente vontade de entender melhor, a explicação vai começar vários milênios atrás, com civilizações sem Google.
No Egito antigo, as experimentações na área da saúde eram infinitas. Sempre tentava-se algo novo, buscando a cura, alívio ou motivo. Eis que um desses testes foi o uso de um peixe elétrico como método de alívio para dores articulares e alguns tipos de dores de cabeça. A aplicação era feita de maneiras distintas: colocava-se o animal nadando em algum tipo de recipiente e o paciente colocava a mão, por exemplo. Se a dor fosse em alguma região mais difícil de ser alcançada, o peixe era aplicado diretamente na região da dor. O intrigante é pensar como alguém teve essa ideia e em que se baseou.
Atualmente, o uso do TENS – o aparelho do choquinho – é bem comum, e há pessoas que pensam que aquilo é um tratamento. Assim como o peixe elétrico, ele possui função analgésica e não deve ser vista como algo que resolverá o problema. A estimulação elétrica pelo TENS é aplicada com o intuito de liberar substâncias como a endorfina, que traz a sensação de bem estar.
O TENS deve ser utilizado sempre em conjunto com alguma técnica para reabilitar ou capacitar o paciente de acordo com sua necessidade. Essa história de ficar tomando choque e achar que está melhorando não existe. O estímulo elétrico convencional proporciona, realmente, um alívio da dor somente após o uso direto de duas horas de aplicação continua. Isso não significa que o problema não continue ali. Portanto se te aplicaram o choquinho por menos tempo que isso, sinto-lhe informar que você foi enganado.
Atualmente, existem algumas maquininhas de choque que as pessoas podem comprar (por preços muito baixos, inclusive) e aplicar em casa. Em primeiro lugar: tome sempre muito cuidado com esses produtos milagrosos. Em segundo lugar: estímulo elétrico não cura. Ao observar a embalagem de um desses produtos, li a promessa de “cura progressiva” do problema físico.
Sempre tenha contato com o fisioterapeuta e tire todas as suas dúvidas com ele. Caso tenha alguma pergunta, clique em ‘contato’ e pergunte a um profissional.
Dan de Araújo é escritor, professor de idiomas e biólogo. O conteúdo apresentado no texto é fruto de pesquisa, devidamente validada pelo fisioterapeuta Santiago Munhos (CREFITO 3-81224-F). Em caso de dúvidas, contate-o!