Todo mundo tem aquele amigo da tendinite, não tem? Se você não tem, que sorte! Aproximadamente, quase quatro milhões de brasileiros são diagnosticados com as chamadas Dort. Mas o que são elas? Que sigla é essa? Esse nome é adequado? Confira no nosso texto de hoje!
Dort – distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Passaram a ser conhecidos assim devido à frequência em que se manifestam em alguns tipos de ocupação. O termo mais aplicado é LER – lesões por esforços repetitivos, que já é bem claro e explicativo.
As LER não são decorrentes das novas tecnologias e estilo de vida. Elas começaram a ser estudadas com mais atenção após a revolução industrial do século XVIII, quando os empregados das linhas de produção passavam até catorze horas executando os mesmos movimentos. Alguns registros do século XIX mostram que muitos trabalhadores amarravam faixas nos antebraços, com o propósito de aliviar as ‘dores fabris’. Essa tática é utilizada até hoje, pois essas bandagens, realmente, nos ajudam a diminuir o efeito das LER.
As LER são lesões em tecido nervoso ou músculo-esquelético, devido a algum tipo de trauma. Essas lesões tornam os movimentos limitados, doloridos e são, em muitos casos, incapacitantes. A, popularmente, mais conhecida é a tenossinovite, descrita em 1895 por Quervain, que é aquela dor no punho, que torna difíceis os movimentos dos dedos.
Atualmente, os mais afetados por essas lesões são pessoas que utilizam computadores, tablets e smartphones por muitas horas; trabalhadores que passam o dia todo na mesma posição e, ocasionalmente, algumas pessoas que sofreram algum tipo de trauma mecânico na região afetada.
O fisioterapeuta Santiago Munhos nos chama a atenção para um fato recorrente. Munhos conta que, em geral, os pacientes buscam tratar as LER quando já estão em um nível bem avançado (existem alguns níveis definidos para as LER, pergunte a um fisioterapeuta), e sabemos que quanto mais avançado o estágio de alguma dor, menos agradável será seu tratamento.
Além do péssimo hábito de deixar para tratar quando o quadro está bastante agravado, existe o problema dos medicamentos. Muitos acabam acostumando-se com a dor e decidem tomar relaxantes para seu alívio, não tratando o problema, mascarando a dor.
“Não adianta querer resolver quimicamente um problema mecânico. A dor some, mas a causa continua lá.”
Santiago Munhos
Os sintomas são gradativos e podem ser notados logo no início. A região parece não funcionar bem, em especial ao fim do dia; dependendo de onde seja a lesão, as extremidades podem apresentar formigamento ou dormência; entre outros sintomas. Não leia esse texto e saia por aí dando diagnósticos! As LER são extremamente comuns e podem levar à incapacitação motora, não hesite em tirar dúvidas com um profissional. Caso deseje, faça aqui sua pergunta.
Dan de Araújo é escritor, professor de idiomas e biólogo. O conteúdo apresentado no texto é fruto de pesquisa, devidamente validada pelo fisioterapeuta Santiago Munhos (CREFITO 3-81224-F). Em caso de dúvidas, contate-o