A essa altura do ano, já podemos sentir a aproximação do inverno. Para muitos o frio traz alegria, há outros que o detestam. E ainda há aqueles que sofrem com dores das mais diversas. Quem nunca escutou um ‘é só mudar o tempo que a dor volta’ que atire a primeira pedra. Mas será que existe, de fato, uma relação entre as dores e a temperatura?
Caso nunca tenha ouvido falar de Hipócrates, o pai da medicina, saiba que ele foi um estudioso que viveu no século V – antes de Cristo. Em seus relatos, existem diversas doenças e mesmo estatísticas relacionando a temperatura com diversos tipos de dores crônicas. Chamava esses tipos de dor de ‘doenças de vento e umidade’.
O fisioterapeuta Santiago Munhos nos explica que “o frio nos causa uma série de adaptações fisiológicas para proteção. Há contração muscular e vascular, o que acarreta numa diminuição do fluxo sanguíneo nas extremidades de nossos corpos.” Essa diminuição reduz a ação dos receptores de calor nas articulações e podem aumentar a percepção dos receptores de dor que possuímos. Isso acaba sendo um dos grandes problemas das baixas temperaturas. E não são apenas os mais velhos que sofrem com essas alterações.
“Quando esfria de repente, parece que o joelho sai do lugar. Demora um tempo para passar a dor, mas aos poucos ela vai diminuindo.”
Raíssa Benício, 22 anos.
Raíssa conta que sua mãe tem o mesmo problema e que, apesar de viver em uma região bem quente, quando ocorrem pequenas mudanças na temperatura, já são suficientes para que altere, inclusive, seu modo de caminhar.
“Já quebrei o pé. Quando está frio, a dor vem e eu preciso esquentar o pé para dormir sem dores.”
Jéssica Barreto
No caso de pessoas com artrite, por exemplo, o frio é um importante agravante. Pessoas com dores crônicas podem utilizar, nos dias mais frios, os mesmos recursos de Jéssica. Tomar banhos quentes ou mesmo colocar compressas quentes sobre o foco da dor podem amenizar sua intensidade.
Denise conta que aos 14 anos, após sair em um dia de frio úmido, sem agasalhar-se sentiu muita dor nos ossos. Esse foi um episódio pontual. Quando tinha por volta de 30 anos, mudou-se para uma região mais úmida da capital paulista e passou a sentir dores articulares com muita frequência. Após consultar-se, descobriu estar com princípio de reumatismo.
“Ainda hoje, quando mexo com água por mais de uma hora, por exemplo, torna-se impossível dormir à noite, tamanha a dor que sinto. ”
Denise Tatekawa
Todos os casos mencionados são, em geral, amenizados com o uso de analgésicos. Nossa posição é sempre a mesma: de nada adianta tratar uma dor se não é tratada a causa. Existe, inclusive, um procedimento cirúrgico de substituição nas articulações por alguma liga metálica. A cirurgia é o último recurso, e só deve ser usado em casos extremamente crônicos.
A fisioterapia, sim, apresenta resultados eficazes para quem sofre com essas dores chatas, trazidas por ‘vento e umidade’, como dizia Hipócrates. Se você sofre, em algum nível, com elas, clica aqui e conheça as possíveis soluções para o teu problema.
Dan de Araújo é escritor, professor de idiomas e biólogo. O conteúdo apresentado no texto é fruto de pesquisa, devidamente validada pelo fisioterapeuta Santiago Munhos (CREFITO 3-81224-F). Em caso de dúvidas, contate-o!