A escoliose é uma deformidade que afeta a forma tridimensional da coluna vertebral e pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas principalmente a partir da fase de desenvolvimento infantil, sendo mais agressiva em meninas na fase da menarca, com progressão associada ao estirão do crescimento. A prevalência da escoliose idiopática na infância varia de 1 a 3% da população. Assim, a detecção precoce desta patologia aumenta em até três vezes o número de pacientes tratados, diminuindo o percentual dos que necessitam de cirurgia.
Perdriolle em 1979 já demonstrava em seus estudos o mecanismo da escoliose no seu aspecto tridimencional, dizendo que: o movimento desencadeante é uma rigidez segmentar em extensão, inicialmente localizada a um ou dois segmentos móveis. Esta rigidez em extensão cria uma instabilidade anterior vertebral, pois, a partir do tripé formado pelas duas apófises articulares posteriores e pelos corpos vetebrais à frente, passa-se a um apoio de duas partes, porque uma das apófises deixa de ser apoida, esta instabilidade gera uma inclinação lateral, com esses dois mecanismos agindo em simultaneamente consequentemente este segmento da coluna faz também o movimento de rotação compensatória.
A rigidez que a coluna se submete na escoliose, não é uma ridigez de aspecto ósseo, caso fosse , teria-se evidencias radiograficas de tal, portanto trata-se de uma rigidez de partes moles (musculatura, ligamentos, capsulas, tendões e aponeuroses), Bardot denominou esta ridigez de “tenodese”.6
A tenodese causa um crescimento dessincronizado dos corpos vertebrais pela sua tração, em consequencia a essa tração as vertebras começam a se deformar em forma de cunha.
A escoliose tem uma curva principal que pode ser acompanhada de uma curva contraria compensatória, alguns autores defendem de que não são duas curvas diferentes e sim a mesma curva organizada em um eixo central.
A avaliação e mensuração de ângulos nas radiografias são práticas frequentes Ortopedia. O método de Cobb1 avalia a intensidade da deformidade angular em escolioses e é o método mais mencionado na literatura para a avaliação da Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA).O tratamento cirurgico é indicado para pacientes com escoliose quando a cruva principal atinge 40 graus pelo ângulo de Cobb.
No tratamento cirurgico é feita a artrodese das vertebras envolvidas nas curvaturas da escoliose, tanto a curva primaria como a sedundária, esta fixação pode ser feita por hastes ou parafusos ambos de titânio.
A fixação das vertebras não é capaz de zerar o ângulo de Cobb, somente minimizar esta curva, o cirurgião realiza o bending test para ter parametros sobre o prognóstico de redução do ângulo de Cobb da escoliose.
Romano fez um revisão sistematica sobre tratamento conservador na escoliose sem distinção de idioma nos seguintes bancos de dados: CENTRAL (The Cochrane Library), MEDLINE, EMBASE, CINHAL, SportDiscus, PsycInfo, PEDro com a data de pesquisa desde dos primeiros relatos sobre o assunto em cada banco de dado até março de 2011, e constatou que somente 2 estudos eram Ensaios clínicos randomizados e estudos prospectivos com um grupo controle comparando tratamento com exercícios, outro tipo de tratamento, tratamento cirurgico e diferentes tipos de exercícios.
Estes 2 estudos tinham 154 casos tanto de escolioses localizadas na região toráxica como na região lombar, em nenhum dos dois estudos houve melhora de significancia estatistica comparando os diferentes tipos de intervenções conservadoras, porém os pacientes apresentavam melhora com os exercicios.
Romano concluiu que há falta de evidência de que uma técnica especifica possa ser melhor que outra no tratamento da escoliose idiopática, porém estes exercícios em conjunto são eficazes.