Todos nossos músculos são envoltos pela fáscia, que é composta basicamente de tecido conjuntivo, em algumas regiões essa fáscia tem uma função de proteção, como é o caso da região da sola do pé, além de ser responsável pela sustentação dos arcos plantares, quando essa região sofre um estresse excessivo como muito impacto, microtraumas repetitivos temos uma inflamação dessa região, que chamamos de fascite plantar.
É uma das patologias mais comuns que acometem o pé e tem sido muito discutida pelos profissionais da área de saúde e esportistas. Fascite é uma condição em que há uma inflamação aguda da fáscia plantar, tecido conjuntivo que se estende da base do osso calcâneo (calcanhar) por toda planta do pé. Quando sobrecarregada, a fáscia inflama, causando dor. Essa dor também pode estar localizada apenas no calcanhar ou no arco do pé e algumas vezes irradiar para outras regiões, como tornozelos, dorso do pé e tendão calcâneo.
Por muitas vezes a fascite plantar é confundida com esporão de calcâneo, pois, a fáscia se origina na mesma região na qual o esporão surge e a dor se estende para a mesma região Assim, após longos períodos de sobrecarga e tratamento inadequado, pode causar o esporão, que não são a mesma coisa mas podem estar relacionados.
Se a fascite plantar não for tratada corretamente e a fáscia continuar a ser exigida de forma excessiva e repetitiva, a fascia pode entrar em um processo de degeneração tornando a dor crônica e ainda favorecer o aparecimento do esporão.
Algumas alterações biomecânicas estão intimamente ligadas a inflamações na fáscia e principalmente a um mau amortecimento de impacto que sobrecarrega essa estrutura.
- Pé muito cavo (2% da população), por ser mais rígido e menos eficiente na absorção de impactos, podendo ocasionar encurtamento da fáscia;
- Pé chato (14% da população) e pisada hiperpronada, por ser um pé hipermóvel, também há um déficit na absorção de impactos e isso pode gerar um contínuo estiramento da fáscia plantar;
- Sobrepeso, pois existe uma sobrecarga tanto óssea quanto muscular, sendo assim um fator de risco, (21,3% dos homens acima de 100 kg sentem sempre dores nos pés);
- Calçados inadequados, com solados planos e muito flexíveis que não dão o suporte adequado para o arco do pé;
- Atividade física repetitiva e de alta intensidade, que exijam muito do calcanhar e da fáscia plantar, como corridas longas e excessivas (34% dos homens e 27,5% das mulheres tem dor na sola do pé após atividade física contínua)
- Encurtamento e tensão no tendão calcâneo (que liga a panturrilha à região do tornozelo), já que este tendão tem conexão direta com a fáscia plantar;
- Exercer funções em que precise ficar em pé por muito tempo.
A fascite é muito fácil de ser tratada, com apenas algumas sessões de fisioterapia e o auxilio de palmilhas confeccionadas exclusivamente para a correção dos pés o paciente volta as suas atividades normais em pouco tempo.