A prótese de joelho formalmente conhecida como artroplastia total de joelho (ATJ) é a cirurgia de substituição da articulação do joelho por um material sintético. É um procedimento invasivo, realizado em casos de osteoartrose (OA) de joelho sintomática e incapacitante avançada ou em casos de traumas de alto impacto na região, no qual fica impossibilitado de reconstruir naturalmente. Em 2013, foram realizadas 662.545 ATJs no mundo, um aumento constante no número de procedimentos desde 1992. Além disso, dados dos EUA indica que o número de ATJ realizados anualmente no país devem aumentar em 855% entre 2012 e 2050, o que equivale a 2854 procedimentos por 100.000 habitantes dos EUA com mais de 40 anos de idade. É um procedimento que tem como objetivo a melhora na qualidade de vida do paciente.
Devido o crescimento desse procedimento, Jette em 2018 e Castrodad em 2019, realizaram duas revisões sistemáticas e apresentaram os pontos chaves que devem ser considerados para manejar o paciente durante o processo de reabilitação após realizar a ATJ.
Primeiramente um programa de exercício e educação pré-operatório: O paciente deve realizar exercícios antes de realizar o procedimento cirúrgico, com o objetivo de alivio da dor, melhora de força, principalmente de quadríceps, tendo em vista que após o procedimento pode ocorrer perda de até 62% da força quando comparado ao outro membro. Além disso, o paciente deve ser orientado sobre a reabilitação pós cirurgia, a importância do ganho do força, da descarga de peso e da adesão ao tratamento para melhora da sua evolução clínica.
No pós operatório Imediato, o processo de reabilitação se inicia entre 24 e 48 horas da cirurgia, no qual o paciente deve permanecer por cerca de quatro dias internado e esse procedimento, permite de acordo com o limiar do paciente, que deve realizar o quanto antes descarga de peso e andar com o uso de muleta ou andador de acordo com seu limiar de dor e conforto, movimentação precoce livre do joelho operado para evitar restrições de movimento. Esse tipo de conduta evita restrições ao leito, diminui tempo de internação e estimula mobilidade precoce.
Na reabilitação ambulatorial, se não houver nenhum tipo de complicação, o paciente permanece cerca de três a quatro dias internado pós ATJ, um avanço considerável tendo em vista que antes o tempo mínimo eram de nove a 12 dias. Então, à partir da alta hospitalar o paciente pode iniciar o processo de reabilitação ambulatorial, que terá como objetivos: melhora da funcionalidade , otimização da força muscular do membro cirúrgico, melhora do equilíbrio e retorno a suas atividades de vida diária.
Cerca de 62% da força do músculo quadriceps é perdida após a ATJ, tornando-o fraco e pouco funcional, logo, de imediato o fortalecimento muscular associado a eletroestimulação neuromuscular, ajuda a recuperar a força perdida e a melhorar a estabilidade da articulação.
Com a perda de força, a estabilidade estática e dinâmica daquele membro está comprometida, principalmente ao caminhar. Logo, em adjunto com o fortalecimento, recuperar o equilíbrio de forma gradual é fundamental.
Com a força e o equilíbrio recuperados, o paciente fará as atividades que ele julga essencial, sejam domésticas, de trabalho ou esportivas são de extrema necessidade, tendo em vista que o ponto de partida além da dor foi justamente estar impossibilitado de realizar as atividades que lhe agradam.