Não há como ser muito preciso sobre quem inventou o salto alto. Esses sapatos foram popularizados no início do século XVIII pelo rei francês Luis XIV, que possuía baixa estatura e optava por sapatos que o dessem uma estatura um pouco mais imponente. Apesar de tudo, seu sucessor, Luis XV, é quem recebeu todas as atribuições do salto alto, inclusive dando nome a um tipo de sapato. Até então o calçado fazia parte apenas do vestuário masculino e -conhecido por ser muito à frente de seu tempo – Luis XV passou a permitir o uso do sapato alto também por mulheres.
Entre os séculos XVIII e XXI não sabemos muito sobre a evolução dos saltos, mas notamos que a peça tornou-se muito presente em diversos contextos, em especial no trabalho. Após cair no gosto das mulheres, ainda na corte de Luis XV, a peça tomou conta de seu contexto, seja em festas, trabalho ou um simples passeio. Há quem o use para ganhar alguma estatura, como Luis XIV, ou apenas por estilo. A grande questão é que esses centímetros a mais ou o charme desses sapatos podem custar muito caro para o corpo de quem o usa. Entenda os efeitos do salto alto em seu corpo e, se não for possível eliminá-lo, que você consiga fazer um uso menos prejudicial.
O uso do salto alto causa uma redistribuição do peso do corpo, causando uma série de problemas. Imagina só: todo o peso que deveria ser distribuído pelos pés, concentrado nos dedos. Além disso, se os pés precisam compensar essa má distribuição, os joelhos vão acabar sofrendo algum tipo de deformação para compensar, o que acabará causando um desalinhamento dos quadris, que ocasionará problemas na coluna. Como sempre deixamos muito claro aqui no blog, nosso corpo é um sistema que trabalha em harmonia – seja ela positiva ou negativa.
Além desses problemas com a compensação do peso, existe o risco de encurtamento da musculatura, já que a panturrilha permanece a maior parte do tempo fora de seu ângulo ideal. Isso pode causar não apenas problemas musculares, como dificultar a circulação, causando as tão detestadas varizes. Outro problema muito possível é uma diminuição de função no tendão de Aquiles (que explicamos melhor neste texto), unhas encravadas e até bursite (que também temos um texto aqui).
Caso abandonar o salto esteja fora de questão, experimente algumas de nossas soluções:
A primeira delas é retirar o sapato sempre que possível, ficar sentada com as pernas em má posição pode ser tão prejudicial quanto ficar de pé;
Optar por sapatos com saltos mais grossos, assim o peso do corpo não fica tão amassadinho nos dedos;
Usar plataforma, assim a distribuição chega a um nível bem superior ao salto fino;
Mas essas dicas podem ter chegado tarde, então caso já sinta muitas dores nos quadris e costas ou os teus pés te matem todas as noites, é hora de buscar ajuda de um fisioterapeuta. Não adianta ficar insistindo em um problema que só vai te prejudicar cada vez mais.
Esteja sempre em contato com os sinais que o teu corpo te dá, e cuide muito bem dele!
Dan de Araújo é escritor, professor de idiomas e biólogo. O conteúdo apresentado no texto é fruto de pesquisa, devidamente validada pelo fisioterapeuta Santiago Munhos (CREFITO 3-81224-F). Em caso de dúvidas, contate-o!
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